terça-feira, 12 de outubro de 2010

O homem inteligente

Qual o papel dos homens na vida da mulher moderna?
Deparei-me com esse dilema inquietante no último domingo. Voltei inspirada da minha corridinha matinal e resolvi por a casa em ordem. Troquei móveis de lugar, desinstalei e reinstalei a bancada de vidro para adaptar um pequeno móvel sob ela, arrumei a fiação do computador e da TV e recoloquei a cortina. Com algum auxílio da minha empregada, uma escada, chaves de fenda e boa vontade, dei conta de tudo sem maiores problemas. Tudo bem que terminei o dia moooorta de cansada, mas bastante contente com o meu feito. 

De fato, sou eu quem dá um jeitinho na descarga quando ela emperra e ajusta o sintonizador da TV via satélite. Só não troco a resistência do chuveiro ou desentupo a pia por puro comodismo. Para essas coisas, chamo um faz tudo qualquer. Além disso, levo o meu carro para oficina (apesar de detestar fazer isso) e lido com o pedreiro, o encanador, o pintor, ou qualquer outro operário, sem o menor problema.

Para essas coisas, vivo muito bem sem homem. Ou melhor, dou conta muito bem das demandas diária de atividades "masculinas", mesmo que preferisse delegar algumas delas. E não sou a única. Conheço inúmeras mulheres que estão na mesma situação.

Não vou voltar para o tema da mulher "independente, inteligente e bonita", não. Nem  militar a favor do feminismo. Muito menos pregar por uma vida sem homens. Mas o que me questiono agora é se os homens já se deram conta que tem que encontrar um novo papel na vida dessas mulheres "super poderosas" e "multifacetárias".

Será que eles já perceberam que não são mais itens imprescindíveis? Ou seja, mesmo que sejam importantes para tornar nossas vidas plenas, não são mais itens essenciais, sem os quais não conseguimos viver?

Inclusive, conheço vááários exemplos de mulheres de meia idade que renasceram para vida depois de se separarem dos seus maridos opressores, violentos, egoístas e truculentos. E que estão vivendo muito melhor sozinhas. Elas casaram em uma época que, mesmo a mulher já tendo alcançado um certo grau de liberdade sexual e autonomia, ainda se "engolia muito sapo". Na verdade, ainda hoje se engole muito sapo. Mas estou vendo uma geração de mulheres, na qual me incluo,  que não se submetem mais a certas coisas.  E na vida dessas mulheres não há mais espaço para qualquer tipo de homem.


Mas será que eles estão preparados para nós? Será que eles já se deram conta que tem que entrar nas nossas vidas, de fato, para acrescentar? E que não vamos nos dar por satisfeitas com menos que isso?
Vejo que, daqueles que já se deram conta, muito estão completamente perdidos e não sabem como lidar com essa nova mulher. Uma parcela tentar partir para queda de braço, outra parcela foge.  Espero que a parcela mais inteligente desses homens, no entanto, já tenha percebido que bater de frente com essa nova mulher não leva a nada, e que, caso eles parem para nos conhecer e compreender, verão que somos muito interessantes e supreendentes. 

Nós, super mulheres, estamos procurando esses homens inteligentes . Esses homens que entenderam que lugar de mulher é ao seu lado. Entenderam que relacionamento é, acima de tudo, uma parceria.

Estamos procurando. Porém, enquanto não achamos, vamos nos divertindo com os "homens perdidos", mas gostozinhos (risos).

7 comentários:

  1. Adorei!!
    E de quando em vez é bom curtir com os homens errados mas gostosinhos!
    HNAM!
    rssss
    beijão

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  2. HNAM! rs...
    O problema é acordar no outro dia e perceber que ainda estamos sozinhas.
    Já estava com saudades de você. ;)
    Beijos

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  3. Guinevere,
    obrigado por visitar o meu blog e fico feliz que tenha gostado. Passei aqui no seu por grande curiosidade e fiquei satisfeitíssimo com o que me deparei: (a) pensamentos modernos, (b) ideias que nem sempre as pessoas têm coragem de colocar à tona; (c) situações cotidianas aliadas a reflexões profundas, (d) feminismo; (e) (tentativa de) entendimento do novo papel/função dos gêneros na sociedade etc. Enfim, muito bom termos essas ideias divulgadas, ainda que resguardadas por um pseudônimo "arthuriano", talvez originário do inovador (mas não tão bom) "As Brumas de Avalon", a saga do Rei Arthur sob a óptica/narrativa das mulheres. O pseudônimo é válido porque consegue manter o anonimato e até Fernando Pessoa tinha um, não é verdade? Boa sorte no seu blog! Do seu novo seguidor, Mateus. / P.S.: Creio que a (outra) misteriosa "J.C.", com outras palavras, esteja certa. Enquanto o homem certo não lhe aparece, divirta-se com os errados...

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  4. Matheus!!!!
    Eu também sou fã da Guinevere!!!
    Guinevere, também concordo com você: perceber que ainda estamos sozinhas no outro dia.
    MAs, pelo menos, a diversão é boa!
    rsss
    NHAM!
    Beijão

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  5. Querido Mateus,
    É muito bom contar com sua presença no meu blog. E fiquei satisfeitíssima em ver que você conseguiu captar muito bem a essência desse blog. Especialmente o ponto "b" ("ideias que nem sempre as pessoas têm coragem de colocar à tona"). Realmente me incomodam certas coisas que permeiam a sociedade, e que são mantidas veladas, em suspensão. Ninguém comenta, mas elas existem. Tento falar sobre elas, por o dedo na ferida, mesmo que por meio de um pseudônimo. ;)

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  6. J.C. querida,
    Eu que sou sua fã. E criei esse blog por influência sua, você sabe disso.
    Enfim as máscaras caíram, não é? Mas assim é melhor. ;)
    Grande beijo no coração.

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  7. Colega blogueira Guinevere e colega blogueira J.C., agora não mais tão misteriosa quanto eu crera, já que, sob a minha (não tão misteriosa aparição) "desocultei" uma face que já estava explícita (facilmente perceptível, por sinal). Isso é perceptível pela forma peculiar da linearidade "confusa" (entenda confusa como o não-dito) dos pensamentos da autora desse blog, ainda que escondidos sob a forma tênue da sua escrita fascinante e pudica. Retificando, meu nome não tem esse "H" aí, viu? Desde já, desculpadíssima...

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