domingo, 5 de setembro de 2010

Mulheres de 20 anos

"Aos 20 e poucos anos, elas têm mais escolaridade, mais renda, mais planos, mais oportunidades, mais independência e muito mais liberdade do que suas mães e avós tiveram na mesma idade. No entanto, mantêm os mesmos valores em relação à família e à vida conjugal, embora as datas tenham se alterado. O casamento tem de esperar pelo encaminhamento da carreira, mas, depois disso, deve ser feito nos moldes históricos. Os filhos podem vir depois dos 30 anos, mas sua chegada vai colocar a vida profissional em segundo plano. As mulheres de 20 brasileiras são conservadoras num mundo em processo acelerado de mudança. (...) As mulheres experimentam da mesma maneira que os homens esse período de transição antes de entrar na vida adulta. A única diferença é que elas ainda têm um relógio biológico que, aos 30 anos, começa a alertá-las de que seu período de fertilidade está no fim. Portanto, se quiserem ter filhos, precisam crescer logo.”
Diz uma reportagem da edição dessa semana da revista Época, sobre a atual geração de mulheres de 20 anos. E ai vem a questão dos 30 anos! Oh meu Deus, será que estamos todas condenadas a ter  que por tudo em ordem nas nossas cabeças até os 30? E aquela conta louca? Conhecer o Prince Charming até, no máximo, os 27, namorar uns 2 anos, casar e, afim, aos 30, ter o primeiro (e talvez único) filho.  Se o famigerado Prince Charming não aparecer, algum sapo limpinho serve também, pois precisamos respeittr nosso relógio biológico e dar alguma resposta as expectativas sociais (aff!). 

É muita pressão, e piração, para uma criatura solteira e com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo.

Mas como não tem como brigar com o bendito do relógio biológico, afinal de contas, vamos abstraindo e aceitando nossa dura realidade (Será?).

Mas não é isso que mais me perturba atualmente (apesar de também perturbar bastante). O que tira o meu sono é o fato, confirmado pela matéria, que nós, mulheres de 20 anos, quando se trata de relacionamento, ainda agimos e, pior, pensamos como nossas mães e avós. E mais, quem não pensa acaba sendo julgada por pensar diferente. Assim, damos espaço e munição para eles, nossos queridos pares, nos tratarem do mesmo modo.

Outro dia fiquei chocada com uma cena. Estava em um grande evento social com diversos amigos. Em dado momento, conversava eu com um desses amigos enquanto sua namorada, também da turma, conversava com outros amigos nossos. Então, o pessoal resolveu ir a mesa do buffet mais próxima, e a pobre namorada do meu amigo foi junto, lógico. Quando o grupo passou por nós, a caminho do buffet, o meu amigo interrompeu nossa conversa, puxou a namorada pelo braço e a inquiriu:  "Onde você está indo"? 

Algumas ressalvas. Esse meu amigo é, em geral, super gente boa, educadíssimo, responsável, bem sucedido, bonito e inteligente. A própria encarnação do bom partido. Da mesma forma, a namorada dele é linda, bem sucedida, independente e inteligente. Porém, ainda assim, ele se acha no direito de puxar o braço dela e perguntar onde ela vai, e ela aceita isso e não esboça nenhuma reação (pelo menos não o fez na hora).


E ai? O que adianta ser tão independente, bem sucedida e ter tanta liberdade se, quando se trata de relacionamentos, ainda somos tão dependentes e submissas? Ou será que TEMOS QUE SER assim, para que alguns homens ainda se sintam no poder pelo menos nesse quesito, já que em tantas outras áreas nós conquistamos o espaço outrora dominado por eles? Difícil! 

E a reportagem diz mais.
"A maioria das solteiras ouvidas pela pesquisa acredita que o casamento vai melhorar quase todos os aspectos de sua vida. As entrevistas com as jovens casadas mostram que não é bem assim. Elas ficam menos satisfeitas com a própria aparência, sentem que dobrou a quantidade de tarefas domésticas, seus investimentos pessoais diminuem e o número das que estão endividadas cresce." E diz mais "(...) a maioria das brasileiras que dizem “sim” concorda em assumir mais de 80% das tarefas domésticas. Elas são as responsáveis por cuidar dos animais, preparar as refeições, limpar a casa e lavar a roupa. O marido assume as responsabilidades pela manutenção do carro e da casa: consertar chuveiro e trocar lâmpadas, por exemplo. A responsabilidade de pagar as contas, jogar o lixo e ir ao mercado é dividida. Quando nascem os filhos, o peso sobre eles fica inteiramente com a mãe. São elas que levam as crianças à escola, às atividades extraclasse e à consulta médica. Também ajudam no dever de casa, preparam as refeições, organizam a festa de aniversário."
Mas para que mesmo nós queremos tanto casar, hein? Para ficarmos feias, sedentárias,  pobres e infelizes, e tendo que cuidar da casa e dos filhos sozinhas?

 Essa é uma das causas pelas quais eu terei sérios problemas para conseguir encontrar um companheiro (marido é uma palavra meio esquisita para mim). Se tantas mulher por ai aceitam se responsabilizar por 80%  das tarefas domésticas, qual homem vai querer casar comigo quando souber que eu não estarei disposta a fazer nem 50% dessas tarefas? (risos)

Complicado.

E ainda querem que eu entenda!


Para as demais meninas de 20 anos que ficaram curiosas com a reportagem, segue o link da matéria completa:http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI168934-15228,00-QUEM+SAO+E+O+QUE+QUEREM+AS+MULHERES+DE.html .

5 comentários:

  1. Se depender de tarefas domésticas, eu vou morrer sozinha, em algum canto escuro e amarelado ...
    Droga!
    rsssss
    Quanto ao início do post, também me senti aliviada em não ser a única criatura do séc. XIX!
    bjs

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  2. Oi, J.C..

    Nem me fale. Nem o meu quarto é um exemplo de boa gestão doméstica(risos).

    Estava reformulando algumas coisas do Post quando você fez o comentário. Leia novamente, please. Acho que agora está mais legal. ;)
    Inclusive, vou mover o inicio do post para outro post. As ideias estavam muito misturadas.

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  3. Eu li o outro post e achei mais coeso o texto, com menos idéias misturadas. Mais limpo.
    Adoro textos limpos, apesar de ser prolixa ao extremo!
    MAs, de verdade, eu estou gostando de seu blog! Você escreve muito bem!
    E sinceramente, acho que por mais sejamos livre, lindas e independente, inteligentes, etc, etc, etc, ainda assim alguma reserva é necessária!
    Talvez, isso se chame equilíbrio!
    Beijão

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  4. Fico muito feliz com o seu feedback, J.C.. E muito lisonjeada em saber que você gosta de como escrevo. =]

    Equilibrio é a grande chave para qualquer sucesso. Sucesso no âmbito mais amplo e sólido. Concordo inteiramente com você.

    Beijos.

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  5. Que bom Guinevere!
    Sempre que quiser, estamos aí!
    rssss
    Realmente equilíbrio é a chave do sucesso! Você disse tudo!!!
    Beijão

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